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Ciência, Tecnologia e Inovação a Serviço da Sociedade e da Indústra Brasileira de Alimentos
Estudo da pós-colheita para armazenamento de
variedades de manga
dade Haden foi que se mostrou a mais adequada ao proces-
samento industrial, levando a um produto que manteve suas
qualidades durante o armazenamento na forma congelada.
Em 1975 foi firmado um convênio com o BFE, que se es-
tendeu até 1982, através do Deutsche, Gesellschaft fur Tech-
nische Zusammenarbeit – GTZ, tendo como um dos objetivos
principais incorporar os avanços germânicos em conservação
de alimentos in natura, por meio de métodos de refrigeração
e atmosfera controlada. O convênio previu o treinamento de
pesquisadores do ITAL na Alemanha, a vinda de consultores
ao Brasil para acompanhar projetos na área de manuseio e
preparo da matéria-prima e a doação de equipamentos e ma-
teriais científicos.
Em 1977, a Área de Pós-Colheita ganhou um prédio defi-
nitivo, com salas para pesquisadores e técnicos de apoio, dois
laboratórios e seis câmaras frigoríficas com possibilidade da
manutenção de atmosferas controladas em seus interiores e
área destinada ao manuseio e preparo de frutas e hortaliças.
Também no período de 1977 a 1979, a Área de Pós-Co-
lheita firmou acordos com a Companhia Brasileira de Arma-
zenamento (Cibrazem) e com o então Banco Nacional de De-
senvolvimento Econômico (BNDE). Para a Cibrazem, foram
realizados estudos de colheita, tratamentos fitossanitários,
embalagens, determinação de características físicas, perda
de peso e respiração para variedades das seguintes frutas e
hortaliças: pimentão, banana, morango, manga, alho, toma-
te, abacaxi, mamão, goiaba, chuchu, cenoura, uva de mesa,
melão, laranja, tangerina, lima ácida, limão, vagem, ervilha,
alface, ameixa, brócolis, couve-flor, repolho, caqui e maçã.
Também, para cada fruta e hortaliça foi fornecido material
descritivo para a construção civil de câmaras frigoríficas. No
caso do BNDE, foram realizados estudos de fisiologia e de
conservação pós-colheita para vários cultivares de abacates,
abacaxis, limas ácidas Tahiti, limões, mamões, mangas, ba-
tatas e cebolas.
A partir do final da década de 1970, início da de 80, as
exportações brasileiras de frutas, com ênfase nas tropicais,
tiveram um grande avanço. Com o know-how adquirido pelos
seus pesquisadores, desde o início dos anos 60, o ITAL tem
tido papel decisivo no sucesso dessas exportações. Consul-
torias, treinamentos em cursos de curta duração e projetos
de pesquisa sob demanda dos exportadores foram realizados
desde então. A constante transferência de tecnologia em prá-
ticas de pós-colheita tem propiciado a colocação de frutas
com qualidade em mercados internacionais.
Estudos de adaptação de tecnologias utilizando água
quente para controle de doenças, especialmente antracno-
se em mamões Solo e em mangas Tommy Atkins e Palmer,
são alguns exemplos de práticas de manuseio pós-colheita,
adaptadas pelo ITAL e utilizadas até hoje pelos exportadores
desses produtos.
Na década de 1980, foram desenvolvidos estudos utili-
zando a irradiação gama em mamões e mangas, em colabo-
ração com a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN),
principalmente para se verificar o efeito de doses de radiação
gama letais aos insetos na fisiologia, amadurecimento e resis-
tência dessas frutas ao transporte. Atualmente, ainda existe o
interesse nessa técnica como medida fitossanitária para con-
trole de moscas-das-frutas.
Outros estudos em pós-colheita de frutas e hortaliças pas-
saram a ser realizados com o apoio financeiro de agências de
fomento como a Fapesp, o CNPq e a Finep, e que continuaram
até 2013 quando o ITAL desativou sua área de pós-colheita.