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Ciência, Tecnologia e Inovação a Serviço da Sociedade e da Indústra Brasileira de Alimentos
O financiamento do programa ficou a cargo do governo do
estado de São Paulo e do governo dos Estados Unidos, através
da Usaid (em português, Agência dos Estados Unidos para o
Desenvolvimento Internacional). Aliás, é preciso destacar que
o Procet foi o primeiro plano de cooperação técnica interna-
cional, financiado por meio da Usaid. Da parte do governo do
estado de São Paulo, os recursos foram obtidos por meio da
Secretaria de Planejamento e da Secretaria da Cultura, Ciên-
cia e Tecnologia, no valor de 22.206.684 cruzeiros (Fases I
e II), e da Secretaria de Agricultura, por meio de orçamento
destinado ao ITAL, no valor de 49.295.474,93 cruzeiros.
Da parte dos Estados Unidos foram investidos US$15
milhões, dos quais US$10 milhões foram destinados ao IPT
– Instituto de Pesquisas Tecnológicas, e US$5 milhões ao
ITAL. O governo do estado de São Paulo designou uma comis-
são composta de 5 membros para a negociação com a Usaid:
José Pastore, Affonso Pastore, Miguel Colasuono, Alberto Pe-
reira de Castro (IPT) e Ágide Gorgatti Netto (ITAL). Foram re-
alizadas três viagens aos Estados Unidos até a assinatura do
contrato. Merece destaque a atuação de Owen Lustig, oficial
de projetos da missão, que teve grande influência na aprova-
ção do contrato com a Usaid.
No caso brasileiro, o Procet foi coordenado por duas insti-
tuições e dividido em vários programas, dentre eles o Progra-
ma de Tecnologia de Alimentos (Protal/Procet), cuja execução
coube ao ITAL. No que diz respeito aos Estados Unidos, a
cooperação coube ao Consortium for the Development of
Technology (Codot), composto pelo Departamento de Ciência
e Tecnologia de Alimentos de cinco universidades norte-ame-
ricanas: Universidade de Wisconsin; Universidade da Califór-
nia (Davis); Universidade de Washington (Seattle); Universi-
dade do Estado de Michigan e Universidade de Rhode Island.
As áreas de pesquisa consideradas prioritárias pelo Protal/
Procet – tendo-se em vista sua defasagem do ponto de vista
tecnológico – foram as seguintes:
• Tecnologia de Carnes e Derivados;
• Tecnologia de Pescado e Recursos Marinhos;
• Frutas Tropicais e Hortaliças;
• Economia e Mercadologia de Alimentos Processados;
• Informação Tecnológica e Mercadologia de Tecnologia;
• Controle de Qualidade e Resíduos de Pesticidas;
• Tecnologia de Alimentos Enriquecidos;
• Engenharia de Máquinas e Equipamentos.
Em relação a tais áreas, os objetivos mais gerais da
implantação do programa eram o aperfeiçoamento dos mé-
todos de pesquisa; a reforma dos programas de pesquisa;
acelerar a transferência ao setor produtivo; desenvolvimen-
to ou apropriação de conhecimentos tecnológicos para re-
duzir a dependência externa em alimentos e aumentar a
competitividade exportadora; melhoria de nutrição através
de produtos enriquecidos de baixo custo; capacitar tecnó-
logos brasileiros para assistência a países em desenvol-
vimento; reforçar a infraestrutura de pesquisa nas áreas
prioritárias (acima mencionadas); integração dos esforços
dos vários institutos da Secretaria de Agricultura envol-
vidos com tais áreas e implantar sistema de informação
tecnológica.
A abrangência do programa Protal/Procet – cujos objetivos
visavam o aprimoramento tecnológico desde a produção da
matéria-prima até a comercialização do produto industriali-
zado – pode ser notada também no envolvimento de várias
instituições de pesquisa ligadas à Secretaria de Agricultura
do Estado de São Paulo: Instituto Agronômico; Instituto Bio-
lógico; Instituto de Pesca; Instituto de Tecnologia de Alimen-
tos e Instituto de Zootecnia.
O programa foi desenvolvido ao longo de quatro anos, divi-
dido em duas fases: a primeira, entre 28 de março de 1974 a
31 de julho de 1976; a segunda fase, entre o dia 1 de agosto
de 1976 a 31 de outubro de 1978.
A equipe do ITAL que participou da coordenação do
Programa Protal/Procet reuniu Ágide Gorgatti Netto (su-
pervisor); Renato Sérgio Papini (coordenação financeira);
Arlindo Borba de Oliveira (líder do projeto “Carne e De-
rivados”); Cyro Gonçalves Teixeira (líder do projeto “Pes-
cado e Recursos Marinhos e Hortaliças e Tecnologia de
Alimentos Enriquecidos”); Zeno José de Martin (líder do
projeto “Frutas Tropicais”); Décio Dias Alvim (líder do pro-
jeto “Economia e Mercadologia de Alimentos Processados
e Engenharia de Máquinas e Equipamentos”); João Shojiro
Tango (líder do projeto “Controle de Qualidade e Resíduos
de Pesticidas”); Roberto Vicente Cobbe (vice-supervisor,
coordenador da execução técnica e líder do projeto “Infor-
mação Tecnológica”) e Odette Zardetto de Toledo (assesso-
ra da diretoria).