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Ciência, Tecnologia e Inovação a Serviço da Sociedade e da Indústra Brasileira de Alimentos
A qualidade da carne depende de cuidados que começam
ainda durante o período de criação e engorda do gado, pas-
sando pelo abate, manuseio, corte preciso, armazenamento e
preparo adequados. Como aumentar a durabilidade de embu-
tidos como o presunto, mortadela ou salsicha? Quais as etapas
do preparo de um bom salame? Como cortar a carne bovina?
Como aproveitar sobras do processamento da carne do frango
e do peixe? Esses são os desafios diários do CTC, que funcio-
na no ITAL desde 1976, atendendo o setor de carnes: bovina,
suína, aves e pescado, um mercado que está em franca ex-
pansão no Brasil.
Na década de 1980, com o crescimento da demanda por
carne, tanto do mercado interno quanto do mercado externo
e com o aumento do poder aquisitivo da população, crescem
também as exigências do consumidor por produtos mais so-
fisticados. Para se adequar a esse novo cenário, o Centro de
Tecnologia de Carnes (CTC) passou por uma grande reestrutu-
ração, criando laboratórios de análise físico-químicas, micro-
biológicas e sensoriais. Com isso, o CTC se consolidou como
um dos centros de pesquisa em carnes mais importantes do
Brasil, pronto para atender as demandas do país que, parale-
lamente, se firmava como um dos maiores produtores e ex-
portadores de carne – de frango, suína e bovina – do planeta.
Naquela época, um novo desafio foi então colocado para o
CTC, o de recompor a equipe para reativar o Centro e retomar
as atividades, processo que teve início com o convite feito aos
pesquisadores Nelson José Beraquet, Hana K. Arima e Expedito
Tadeu Facco da Silveira. Em um segundo momento, juntou-se
à equipe a engenheira de alimentos Raquel Z.M. da Silva. Em
1987, três novos pesquisadores foram contratados, permitindo,
assim, que o CTC retomasse o ritmo de pesquisa anterior.
O Centro sempre manteve um estreito vínculo com o setor
industrial auxiliando na implantação de frigoríficos, estabe-
lecimento de novas empresas, desenvolvimento de produtos
e formulações, em testes experimentais, pareceres técnicos,
treinamentos e outras atividades de assistência tecnológica.
Apoiando o desenvolvimento de novos produtos e processos, o
CTC cria alternativas de processamento e contribui para tornar
competitivas as nossas indústrias da área de carnes, tanto no
mercado nacional como internacional.
Um convênio com o Canadá, no valor de cerca de meio
milhão de dólares, auxiliou na reativação da unidade e na sua
modernização. Criou-se em 1990 um modelo associativo para
trazer recursos extraorçamentários que permitissem ao CTC
realizar suas atividades de pesquisa, desenvolvimento, assis-
tência tecnológica e treinamento. No ano de 2000 foi criado o
Curso de Especialização em Tecnologia de Carnes atendendo
à solicitação da indústria que necessitava de mão de obra
especializada.
A reestruturação do Centro de
Tecnologia de Carnes – CTC
Funcionários do ITAL trabalham no
Centro especializado em carnes
Vista parcial do prédio do Centro de Tecnologia de
Carnes, na década de 1980