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Ciência, Tecnologia e Inovação a Serviço da Sociedade e da Indústra Brasileira de Alimentos
Segundo Claire Sarantópoulos, pesquisadora do Cetea,
esse tipo de embalagem foi inicialmente desenvolvido e uti-
lizado pelas forças armadas americanas (SARANTÓPOULOS,
JESUS JR., s.d.). Ainda hoje rações militares prontas para
consumo – MRE (meals ready to eat) são embaladas utilizando
essa tecnologia. A Marinha brasileira também a utiliza em al-
gumas rações. Embora sempre tenha sido utilizado no Japão,
o retortable pouch não atingiu significativamente o mercado
de outros países. Nos últimos anos, contudo, suas aplicações
têm se expandido no mercado de varejo de rações úmidas
para animais (pet food), sopas e molhos. Mais recentemente,
nos Estados Unidos, esse tipo de embalagem tem sido usado
para pescados (especialmente atum e salmão) e pratos pron-
tos à base de carnes e legumes e sobremesas. Outro mercado
promissor é o farmacêutico, nas embalagens de soluções in-
travenosas.
Ainda de acordo com os pesquisadores do Cetea, algumas
vantagens do uso dos retortable pouch são: tempo e tempera-
tura de tratamento térmico reduzidos; vida-útil longa, ao redor
de dois anos, quando utilizada estrutura de altíssima barreira a
gases; baixo peso da embalagem, um dos grandes apelos para
rações militares; fácil abertura, com picotes laterais, podendo
ser também incorporado um sistema de refechamento; grande
área superficial da embalagem, que propicia apelo de vendas
nas prateleiras de su-
permercado. Pode tam-
bém ser apresentado na
forma de stand-up pou-
ch; menor investimento
de capital comparativa-
mente às embalagens
rígidas; menor volume
para transporte da em-
balagem vazia e cheia e
menor espaço na planta
de processo.
“Nos dias de hoje a tecnologia de fabricação e de utilização
do retortable pouch está consolidada. Contudo, a exigência de
resistência do material da embalagem a altas temperaturas e
a demanda restrita a alguns produtos, influenciam no número
de fornecedores, uma vez que a escala de produção deve ser
alta para compensar os investimentos necessários. Por sua
vez, o setor de alimentos ainda enfrenta dificuldades para a
produção de produtos nesse tipo de embalagem. Uma nova
cultura para o tratamento e a manipulação dessas embalagens
precisa ser amadurecida pelo mercado que está acostumado a
manusear embalagens esterilizáveis com uma resistência me-
cânica diversa da apresentada pelo retortable pouch”, afirma
Lea Mariza de Oliveira, pesquisadora do Cetea que trabalha
com esse tipo de embalagem.
Primeiros estudos feitos no Brasil com a tecnologia
retortable pouches
Alimentos disponíveis no
mercado atual e que utilizam
a tecnologia
Produtos desenvolvidos pelo
Cetea para a Cellier, que fornece
ração para o Exército brasileiro