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Ciência, Tecnologia e Inovação a Serviço da Sociedade e da Indústra Brasileira de Alimentos
Embalagem com Atmosfera Modificada
A utilização de atmosferas com alto teor do CO
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para pre-
servação de carne em câmaras e contaniers era feita pela
Austrália desde o início do século XX, mas a aplicação deste
conceito expandiu-se para embalagens com atmosfera modifi-
cada em meados da década de 80, nos países desenvolvidos.
O princípio de conservação desta tecnologia baseia-se no efei-
to bacteriostático e fungistático do gás carbônico e também
na redução das reações de oxidação pela ausência de oxigênio
de misturas gasosas otimizadas para alguns tipos de produtos.
Para conservação de frutas e hortaliças, o efeito da atmosfera
modificada visa controlar principalmente o amadurecimento e
a senescência.
No Brasil, em 1987 o ITAL iniciou os estudos desta tec-
nologia para preservação de carne fresca bovina, visando via-
bilizar centrais de distribuição em um frigorífico da região. O
avanço da indústria de embalagem plástica na época permitiu
que o ITAL prosseguisse nesta linha de pesquisa, implantando
estudos com aves refrigeradas, queijos, massas frescas, pro-
dutos de panificação, frios fatiados, frutas inteiras e frutas e
hortaliças minimamente processadas.
As pesquisas com embalagens com atmosfera modifica-
da foram desenvolvidas em parceria com empresas de gases,
em especial a White Martins, empresas de equipamentos de
acondicionamento em atmosfera modificada, com menção
especial à Selovac, indústrias de embalagem, indústrias de
alimentos, produtores de frutas e hortaliças e parcerias ins-
titucionais com universidades (Esalq da USP, FEA e Feagri
da Unicamp, Universidade Federal de Viçosa e outras) e com
unidades da Embrapa. Os resultados foram transferidos para o
setor privado que hoje utiliza a tecnologia em vários alimentos
comercializados no país, foram registrados em artigos cien-
tíficos, em quatro livros e divulgados em palestras, cursos,
treinamentos e em artigos para revistas técnicas.
Estas pesquisas basearam-se no conhecimento de proprie-
dades de barreira a gases de embalagens plásticas, que foi in-
corporado e desenvolvido dentro do Cetea do ITAL, com apoio de
Centros Tecnológicos de empresas multinacionais que operam no
país e com suporte financeiro de agências de fomento do Brasil e
do exterior. Hoje o Cetea conta com o laboratório de propriedades
de barreira de embalagem mais desenvolvido da América Latina.
O interesse do mercado brasi-
leiro nesta tecnologia baseou-se no
potencial de aumento de vida-útil de
alimentos perecíveis, melhoria da
qualidade, eliminação ou redução de
conservantes químicos sintéticos,
redução de perdas na distribuição
e comercialização, oportunidades
de diferenciação de produtos pere-
cíveis, opção para implantação de
centrais de acondicionamento de
alimentos perecíveis, identificação
de produtores em frutas e hortali-
ças, possibilidade de comercializa-
ção de frutas e hortaliças frescas
minimamente processadas.
Amostras de produtos estudados utilizando
embalagem com atmosfera modificada
