ITAL 50 Anos - page 96

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1983 - 1994
Uma das inovações desenvolvidas pelo Cetea visando di-
minuir o desperdício de alimentos foi o sistema de embalagens
de papelão ondulado para hortifrutículas, que foi criado para
reduzir perdas mecânicas e por contaminação microbiológi-
ca da embalagem. A tecnologia foi resultado de um projeto
desenvolvido em parceria com um consórcio de nove empre-
sas, por meio da Associação Brasileira de Papelão Ondulado,
ABPO e com o apoio da Fapesp.
Foram desenvolvidos três modelos de caixa para pêsse-
go, uva, laranja, goiaba, cenoura, pepino e beringela. Esses
produtos têm como característica comum a fragilidade. Como
eram transportados em caixas de madeira do tipo K, sistema
disponível até então, as perdas durante a estocagem e o trans-
porte podiam chegar a 30%, dependendo do produto. Além
disso, as caixas de madeira eram reutilizadas, facilitando a
propagação de microrganismos contaminantes, o que também
gerava perdas de frutas e legumes. Todo esse custo era re-
passado ao consumidor que pagava mais caro pelos produtos.
A caixa de papelão desenvolvida pelo Cetea é descartável,
inibindo a propagação de doenças e fungos. Além disso, o
papelão também preserva melhor a superfície frágil desses
alimentos e é mais fácil de manipular do que as caixas de ma-
deira, o que reduz custos de logística, como estocagem, fretes
e mão de obra. Outra vantagem é que a embalagem serve ao
comércio varejista, isto é, o alimento pode ser exposto direta-
mente na embalagem, nas gôndolas dos supermercados, e ser
transportado para a casa do consumidor.
Para Luis Madi, hoje diretor geral do ITAL e que coordenou
o projeto de desenvolvimento do sistema de embalagem com
papelão ondulado, a nova embalagem foi resultado da aber-
tura do mercado no início dos anos 1990, que impulsionou
uma mudança de atitude do consumidor brasileiro, tornando-o
mais atento e exigente em relação à qualidade dos alimentos,
forçando mudanças em toda a cadeia produtiva.
Nesse sentido, o ITAL teve um papel de destaque ao re-
alizar pesquisas, avaliações, ensaios que possibilitaram ao
setor de alimentos do Brasil introduzir importantes inovações
de produto e de processo. No caso da embalagem de pape-
lão, a parceria entre o ITAL e a ABPO foi fundamental para
o sucesso do projeto. As empresas envolvidas na parceria
confeccionaram e avaliaram os protótipos das novas embala-
gens e o Cetea ficou responsável pela avaliação da qualidade
dos produtos.
A embalagem contribuindo para a diminuição
de perdas de alimentos no Brasil
Pesquisadores do ITAL com caixas de papelão
ondulado. Luis Madi, à frente, com Assis E. Garcia
e Anna Lúcia Mourad: compromisso com a
qualidade dos produtos
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