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1983 - 1994
No final dos anos 1970, o ITAL desenvolveu uma tecno-
logia para a produção e conservação da pasta de alho com a
utilização do excedente da produção da safra nacional, que
não era aproveitada por conter exemplares com aparência e
tamanho inadequados para comercialização in natura.
Assim, uma equipe de pesquisadores da Seção de Legu-
mes e Hortaliças - coordenada pelos pesquisadores Lutz Wal-
ter Bernhardt e Ivone Delazari – desenvolveu uma técnica de
processamento que viabilizou a produção do tempero pronto
em larga escala.
Como, na época, não havia equipamentos nacionais de
baixo custo que pudessem realizar o descascamento, que era
feito manualmente e a seco, o primeiro desafio foi encontrar
uma alternativa mais simples, como a imersão do alho em
água quente, o que faz com que sua “casca” amoleça.
Pasta de alho industrializada:
um tempero que deu certo
Além disso, a equipe também estudou o processamento
do produto, as proporções adequadas dos ingredientes utiliza-
dos na mistura e o acondicionamento em embalagens de vidro
e plástico. Com a tecnologia desenvolvida, foi formulada uma
pasta de alho processada, de longa vida-de-prateleira, com
sabor idêntico à feita de forma artesanal.
O conhecimento gerado nesse processo foi utilizado por
diversas indústrias, cooperativas e outras instituições, e pos-
sibilitou a produção em larga escala do produto pelas empre-
sas da área, como a Arisco, por exemplo. Nos anos 1980, a
técnica foi utilizada também como forma de agregar valor ao
sal, produto que durante o Plano Cruzado teve seu preço con-
gelado pelo governo Sarney.
Hoje, a pasta de alho industrializada continua cada vez
mais presente nas prateleiras dos supermercados e nas casas
dos consumidores brasileiros.
Uma das formulações de pasta de alho presente nos
supermercados na época
Experimentos do desenvolvimento da
pasta de alho, nos anos 1980