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1983 - 1994
Desde a década de 1970 até o início dos anos 1990 a
indústria de refrigerantes, de aguardentes e de cerveja com-
partilhava o uso das garrafas de vidro na cor âmbar, retorná-
vel, com capacidade para 660 mililitros. Com o aumento do
consumo de bebidas no Brasil, em especial a partir do final
da década de 1980, a demanda por garrafas junto às vidrarias
cresceu, fazendo com que as cervejarias, principais compra-
dores de garrafas novas, sofressem com a falta desse produto
no mercado durante o ciclo de retornabilidade.
Por suas características,
a cerveja é uma bebida que
exige muito cuidado em seu
acondicionamento. Uma delas,
por exemplo, é ser um produto
carbonatado. O crescimento no
consumo levou à introdução no
mercado brasileiro de garrafas
produzidas sem as especifica-
ções técnicas necessárias para
o acondicionamento adequado
da cerveja. Isso fez com que
começassem a surgir proble-
mas como a quebra da embala-
gem nas linhas de acondiciona-
mento e nos pontos de venda.
Diante desse cenário, a
Associação Técnica das In-
dústrias Automáticas de Vidro
(Abividro) juntamente com as
principais cervejarias do país
solicitaram ao Cetea, a avalia-
ção das garrafas que estavam
sendo utilizadas até aquele
momento. Como resultado da
pesquisa, coordenada pelo
pesquisador Roberto L. Xa-
vier, que envolveu as vidrarias e os engarrafadores, optou-se
por desenvolver uma nova embalagem de uso exclusivo para
cervejas e com características de qualidade mais adequadas
para o produto.
A nova garrafa desenvolvida no Cetea teve sua capacidade
volumétrica total definida em 635 mililitros. O design buscou
privilegiar aspectos de resistência e funcionalidade: foi intro-
duzido um rebaixo na região do corpo da embalagem para
proporcionar maior proteção ao rótulo do produto durante as
etapas de transporte e distribui-
ção. Além disso, de acordo com
Sandra Balan M. Jaime, pesqui-
sadora do Cetea, foram introdu-
zidas inscrições permanentes em
alto-relevo da palavra “cerveja”
entre dois ramos de cevada na
região do ombro da garrafa e a
frase “uso exclusivo para cerveja”
na base, juntamente com infor-
mações técnicas do fabricante e
a capacidade volumétrica total.
O projeto da nova garrafa de uso
exclusivo para cerveja foi trans-
ferido para o Sindicato Nacional
da Indústria da Cerveja (Sindi-
cerv), que, até hoje, por meio de
vidrarias credenciadas, controla
a produção das garrafas. “Com a
introdução da nova garrafa exclu-
siva para cerveja no mercado bra-
sileiro, as cervejarias passaram a
ter um controle mais rigoroso da
embalagem, contribuindo para a
redução das perdas durante o ci-
clo de fabricação e comercializa-
ção do produto”, afirma Sandra.
Cetea desenvolve garrafa de vidro
de uso exclusivo para cerveja
Garrafa de vidro exclusiva para
cerveja, desenvolvida pelo ITAL