ITAL 50 Anos - page 116

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1983 - 1994
Um dos setores atendidos pelo ITAL foi a indústria de em-
balagens para óleo de soja. Os pesquisadores do Cetea ava-
liaram a qualidade das latas eletrossoldadas para respaldar a
indústria produtora de óleo na introdução de lata eletrossolda-
da para o acondicionamento de seus produtos. Isso se deve à
influência da migração do ferro e do cobre no processo oxida-
tivo do produto, comparando com o desempenho da lata com
resina termoplástica. A partir do acondicionamento do óleo
de soja nos dois tipos de lata, avaliou-se se o produto tinha
resíduos de ferro e cobre (DANTAS et al., 1995).
Os resultados mostraram que não houve variação significa-
tiva no teor de ferro no óleo acondicionado nas latas eletros-
soldadas. A avaliação feita pelo Cetea atestou que não havia
interação entre o produto e a lata eletrossoldada, confirmando
que ela era adequada para o acondicionamento do óleo de
soja, constituindo-se em uma alternativa viável para o setor.
Farinhas mistas – uma nova opção
para o mercado brasileiro
Apesar de ser uma potência do agronegócio, a produção de
trigo brasileira não é suficiente para atender toda a demanda
do país. No Brasil, o consumo total de trigo tem se mantido
em torno de 10 milhões de toneladas por ano, enquanto a
produção oscila entre cinco e seis milhões de toneladas, o
que resulta na necessidade de complementar a demanda com
importações, nos dias de hoje.
Para tentar controlar os preços de produtos à base de fa-
rinha de trigo e minimizar o efeito das variações do preço do
trigo no mercado internacional, desde a década de 1960 o
governo controlava os preços do trigo em grão, preço da fari-
nha, preço do pão. Após um período de forte centralização da
produção e comercialização do trigo, no início da década de
1990, com a abertura do comércio brasileiro para produtos
estrangeiros, durante o governo Collor, a produção de trigo
brasileira passou a sofrer forte concorrência do trigo interna-
cional, especialmente o da Argentina. Com isso, as importa-
ções deram um grande salto, passando de 19.635 toneladas,
em 1992, para 411.436 toneladas, em 1997. A falta de co-
ordenação da cadeia, elevados riscos de produção, o desinte-
resse dos agricultores na cultura do trigo e a concentração da
indústria contribuíram para o declínio da produção de trigo no
Brasil durante a década de 1990 (JESUS JÚNIOR; SIDONIO;
MORAES, 2011).
Esse cenário fez com que o governo, tanto em nível fede-
ral, quanto na esfera estadual, incentivasse projetos em seus
institutos de pesquisa que resultassem em tecnologias de fa-
bricação de novas farinhas para substituir a farinha de trigo ou
Biscoito “Maria” produzido a partir de
misturas de diferentes tipos de farinhas
que pudessem ser misturadas a ela, compondo as chamadas
farinhas compostas ou mistas. Muito antes disso, no entanto,
a Seção de Cereais, Farinhas e Panificação, do ITAL já se
dedicava a pesquisas sobre ingredientes alternativos para pa-
nificação e similares. “Isso foi fundamental quando o governo
federal, por conta das dificuldades de importação provocadas
pelas flutuações do preço do trigo no mercado internacional,
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