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1963 - 1983
e aos cereais não panificáveis, como o pão de centeio, por
exemplo. Além disso, eram realizados ensaios para a confec-
ção de pães de farinha integral com a finalidade de elaborar
um método caseiro de fermentação em condições simples e
de baixo custo, para atender o meio rural e satisfazer as con-
dições locais de consumo.
Em relação ao armazenamento, as pesquisas do CTPTA
focaram as melhores condições para feijão, café, açúcar, fari-
nha de trigo, milho, soja, castanha do Pará (hoje denominada
castanha do Brasil), amendoim e arroz. Para alguns desses
produtos testou-se a conservação em sacos de juta, de al-
godão, se em armazéns ou silos. Os estudos contemplaram
também questões ligadas à influência da umidade relativa
do ar na estabilidade do amendoim, a eficiência do thiaben-
dazole no controle de fungos em soja armazenada, diferentes
revestimentos para silos, entre outros.
Tão logo o CTPTA foi criado, despertou o interesse da in-
dústria de alimentos, não só do Brasil, mas de toda a América
Latina, por sua característica de entidade autônoma. Esse
tipo de atendimento direto às entidades públicas e privadas
já era previsto no convênio com a FAO, mas exigiu a consecu-
ção de um programa de pesquisas paralelo ao programa geral
do Centro. A pesquisa a ser realizada nesse caráter assisten-
cial tinha outra característica: necessitava de resultados ime-
diatos, destinados a atender grupos ou pessoas interessadas
em solucionar problemas específicos.
O sistema de atendimento externo, o qual recebeu o nome
de “pesquisas solicitadas” funcionava da seguinte maneira: o
cliente enviava uma solicitação para que o Centro fizesse uma
avaliação da viabilidade de realizar o estudo, e qual seria o
custo. Se ambas as partes aceitassem as condições, o Centro
seguia com o desenvolvimento da pesquisa. Os gastos reali-
zados com essas pesquisas eram custeados pelo solicitante.
Quanto à publicação dos resultados desses trabalhos, estava
a cargo do CTPTA decidir, mas os resultados só poderiam ser
divulgados depois de um tempo definido por ambas as partes.
A crescente demanda de “pesquisas solicitadas” levou o
Centro a ampliar sua atuação nessa direção e, assim, foi cria-
da a “assistência técnica para o desenvolvimento industrial”.
A característica desse serviço foi a realização de um estudo
de planejamento para a indústria de alimentos no nível de
anteprojeto, unicamente na parte técnica, que oferecia ele-
mentos para o solicitante realizar um projeto definitivo, além
de um planejamento econômico, fundamentais para a solici-
tação de financiamento junto a estabelecimentos de crédito,
nacionais ou internacionais.
Outra categoria de assistência técnica do CTPTA foi o
“convênio de produção industrial”, na qual um produto era
desenvolvido em quantidade suficiente para que o parceiro
interessado realizasse uma pesquisa de mercado. O objetivo
era verificar a aceitação do produto antes de se realizar inves-
timentos financeiros maiores para a sua fabricação.
O CTPTA oferecia também a possibilidade de produzir, em
escala semi-industrial, produtos com a finalidade de ajudar o
financiamento da pesquisa. Por último, a inter-relação com par-
ceiros externos se completava com a realização de treinamentos
Visitantes na Seção de Panificação do CTPTA.
Da esquerda para a direita, Airton Regitano;
Cyro Gonçalves Teixeira; Ruy France e Paiva Neto,
diretor do IAC
Prédio da seção de armazenamento do CTPTA
