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1995-2013
Ocratoxina em grãos de café
Devido a uma tendência internacional, as mesmas exigên-
cias também passaram a ameaçar, tempos depois, a expor-
tação de outros produtos, o que levou ao desenvolvimento de
novos projetos voltados à avaliação de aflatoxinas em frutas
secas, cacau e castanha do Pará, hoje Castanha do Brasil, ini-
ciados pelo CCQA em 2002, 2006 e 2009, respectivamente.
Os projetos foram financiados com recursos da Fapesp,
Embrapa, CNPq e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abas-
tecimento (Mapa), totalizando um investimento de cerca de
um milhão e meio de reais.
Os trabalhos do ITAL foram de extrema importância para
avaliar o risco dessas micotoxinas na produção brasileira, im-
plantando métodos analíticos, determinando pontos críticos
de contaminação e estabelecendo medidas de controle para
prevenir a contaminação.
Os resultados desses trabalhos foram amplamente divulga-
dos e ganharam grande reconhecimento na comunidade cien-
tífica internacional. O Brasil foi convidado pelo Codex Alimen-
tarius a assumir a responsabilidade ou co-responsabilidade na
proposição de limites para micotoxinas nesses produtos, bem
como códigos de prática para sua prevenção. Isso permitiu a
defesa de limites factíveis para os países produtores e salva-
guardou os interesses do Brasil no mercado externo.
Os consumidores brasileiros também foram beneficiados
com produtos com qualidade e garantia de saudabilidade, por-
que o ITAL passou a avaliar as condições de produtos do mer-
cado interno e de produtos importados pelo Brasil, e a Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) promulgou, em 2011,
através da Resolução RDC 07/11, legislação com limites máxi-
mos tolerados para micotoxinas em alimentos no Brasil.
Contaminantes formados durante o processamento
de alimentos são investigados pelo CCQA
Em 2008, o Centro de Ciência e Qualidade
de Alimentos (CCQA) criou uma linha de pesqui-
sa com foco em contaminantes formados duran-
te o processamento de alimentos, visando gerar
conhecimento para a orientação das indústrias
na melhoria de processos e para proporcionar
alimentos mais saudáveis aos consumidores.
Contaminantes como o benzeno, hidrocarbone-
tos policíclicos aromáticos, furano, cloropropa-
nóis e seus ésteres já foram e continuam sendo
estudados, antecipando potenciais demandas
dos mercados interno e externo.
3-MCPD = 3-monocloropropano-1,2-diol