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Ciência, Tecnologia e Inovação a Serviço da Sociedade e da Indústra Brasileira de Alimentos
e transporte dotam o país de argumentos científicos perante a
imposição de barreiras fitossanitárias cada vez mais frequen-
tes nesse mercado e o monitoramento das rotas para Alema-
nha, Japão e outros países importadores é estratégico para o
futuro do agronegócio café do Brasil.
Para o pesquisador do ITAL – cujo estudo foi orientado
pelas pesquisadoras Hilary Castle de Menezes, da Unicamp,
e Marta Taniwaki, do ITAL – e que se tornou sua tese de dou-
torado defendida em 2005, na Faculdade de Engenharia de
Alimentos da Unicamp – a rastreabilidade dos produtos é uma
exigência e o país deve se preparar para isto. “Diante de bar-
reiras fitossanitárias, os contêineres especiais não serão um
luxo, mas sim, necessidade”, destaca Héctor Cabrera.
Pesquisador Hector Cabrera monitora contêineres
durante o embarque
Sacas de café armazenado nos contêineres do ITAL
Desde o final da década de 1990, o ITAL desenvolve im-
portantes projetos voltados à avaliação de risco de micotoxinas
(incluindo Ocratoxina A e Aflatoxinas, dentre outras) em diver-
sos produtos brasileiros. As micotoxinas são compostos tóxicos
produzidos por fungos e constituem uma forte barreira à expor-
tação de produtos importantes para a economia do país.
O primeiro projeto envolveu a Ocratoxina A em café (1998),
cuja produção e comercialização para o mercado externo esta-
va ameaçada porque a Comunidade Europeia pretendia impor
limites muito baixos para esse contaminante no café. Na épo-
ca, o Brasil não tinha qualquer informação sobre a quantidade
desses compostos em nossa produção, nem possuía métodos
analíticos capazes de detectar os limites baixíssimos preconi-
zados pela Europa.
Proteção ao consumidor brasileiro e defesa do mercado
nacional: avaliação de risco de micotoxinas pelo ITAL impacta
legislação brasileira