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Ciência, Tecnologia e Inovação a Serviço da Sociedade e da Indústra Brasileira de Alimentos
No mesmo ano em que foi pensada a reestruturação do
Instituto (1978) foi criada a Fundação de Desenvolvimento
da Pesquisa Agropecuária (Fundepag), com a finalidade de
buscar mecanismos que pudessem contornar dificuldades
administrativas e de operacionalidade enfrentadas pelo ITAL
e demais institutos de pesquisa ligados à Secretaria de Agri-
cultura. O modelo foi inspirado em instituições semelhantes
existentes nos países desenvolvidos e previa, desde a ideia
inicial, a contribuição do setor privado na pesquisa agrope-
cuária. O ITAL, através de seu diretor geral e contando com a
inestimável colaboração do advogado Oswaldo Fonseca Leite,
foi o responsável pela elaboração dos estatutos da Fundepag.
A efetivação da ideia contou com o empenho do secretário de
Agricultura, Paulo da Rocha Camargo, e com a liderança de
Roberto Konder Bornhausen, presidente da Associação dos
Bancos do Estado de São Paulo (Assobesp) no período e pri-
meiro presidente da fundação. Ágide Gorgatti Netto foi, por
seis meses, o secretário executivo da recém-criada Fundepag.
Camargo foi visionário ao prever o sucesso econômico e
social do setor agropecuário, e convenceu as pessoas que o
setor privado poderia dar essa importante contribuição para o
desenvolvimento da pesquisa nessa área, apoiando os institu-
tos de pesquisa que já dispunham de infraestrutura e pessoal
especializado. O que faltava eram recursos para dar a dinâmi-
ca que as pesquisas necessitavam.
Este modelo de apoio, viabilizado através de fundações, foi
adotado também pelas universidades públicas nos anos 1970.
A Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep), da Uni-
versidade Federal de Minas Gerais (UFMG), por exemplo, é de
1974 e a Fundação de Desenvolvimento da Unicamp (Funcamp),
de 1977. Embora nos últimos anos esse modelo sofra críticas,
muitos ainda o defendem – professores e pesquisadores – por
considerarem que a complexa rede da pesquisa científica e tec-
nológica existente hoje no Brasil, que depende quase que exclu-
sivamente das instituições de ensino e pesquisa públicas, precisa
das fundações de apoio, para garantir a celeridade na aquisição
de equipamentos e insumos para pesquisa, contratação de mão
de obra suplementar para determinados projetos, entre outras
atribuições.
Uma experiência anterior de entidade de apoio à pesquisa na
área agropecuária veio pelas mãos de André Tosello, em 1971,
através da Fundação Centro Tropical de Pesquisa e Tecnologia
de Alimentos (FCTPTA). Ele, que sempre se mostrara um ho-
mem prático e empreendedor, via no modelo da administração
pública uma série de entraves para o bom andamento das pes-
quisas em tecnologia de alimentos e percebia que as dificul-
dades se tornariam cada vez mais acentuadas e restritivas ao
desenvolvimento institucional.
A partir de seu contato com Lawrence W. Bass, vice-pre-
sidente da empresa de consultoria norte-americana Arthur D.
Little e autor do livro Management of technical programs, que
foi traduzido por membros da Fundação, Tosello visitou vá-
rias vezes a instituição nos Estados Unidos e sempre mostrou
apreço pela forma de organização do trabalho da empresa que
estabelecia um modelo operacional para a disseminação de
conhecimentos e elaboração de projetos por meio de equipes
de trabalho que prestavam serviços à comunidade.
Tosello procurou adaptar o modelo à realidade brasileira
para criar, então, a FCTPTA, que deveria congregar a pesquisa, a
tecnologia, a universidade e a indústria de alimentos, tornando-
se em um instrumento facilitador da transferência das pesqui-
sas e conhecimentos criados principalmente na Faculdade de
Criação da Fundepag
Sede atual da Fundepag na cidade de São Paulo
