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1963 - 1983
Uma das realizações no período em que Renato Papini
esteve na direção da instituição foi a criação do Centro de
Tecnologia de Embalagem, o Cetea. Apesar de o setor rece-
ber uma atenção maior nesse momento, a ideia de implan-
tar uma linha de pesquisa em embalagem, fundamental
para o setor de alimentos, já havia sido levantada na es-
trutura do CTPTA. A embalagem é considerada de extrema
relevância porque permite organizar, conservar, facilitar o
armazenamento e transporte, ou seja, para praticamente
todos os produtos que são estudados ou desenvolvidos pelo
ITAL, a embalagem deve ser pensada conjuntamente.
Já em 1965, o engenheiro agrônomo Décio Dias Alvim
foi instruído a desenvolver um projeto que tinha o objetivo
de implantar um setor de embalagem e acondicionamento
de alimentos. Havia, no entanto, pouco conhecimento nes-
sa área no Brasil, exigindo um treinamento específico, que
foi realizado no Instituto de Pesquisa Tecnológica (IPT),
localizado em São Paulo, na Companhia Siderúrgica Nacio-
nal (CSN) e na Metalgráfica Canco SA, fabricante de latas.
Mesmo sem muita estrutura foram iniciados trabalhos
para uso de folhas-de-flandres com um novo tratamento, com
células coulométricas (obtidas pelo processo de eletrólise),
no lugar da imersão.
Entre 1969 e 1970, Décio Dias Alvim, responsável pelo
setor, foi enviado ao exterior, no âmbito do convênio que o
ITAL tinha estabelecido com a FAO. Seu estágio incluiu vi-
sitas ao Packaging Institute Research Association, na Ingla-
terra; ao TNO-Delft, na Holanda e no Institut für Lebesens
Mitteltechnologie und Verpacking, em Munich, Alemanha.
A partir desse conhecimento adquirido foi proposto um
programa de pesquisa que contemplaria os seguintes temas:
• assimilação de metodologia para avaliação de material de
embalagem;
• identificação de equipamentos mais recomendados para
as condições do Brasil;
• identificação de consultores em áreas especializadas para
colaborar com o CTPTA.
Implantação do Centro de
Tecnologia de Embalagem
Quando o Centro Tropical foi transformado em ITAL, foi
prevista a Seção de Embalagem e Acondicionamento (Semb)
e a partir de 1970 foi finalizada a adaptação das instalações,
tendo sido construída uma sala com controle de temperatu-
ra e umidade relativa, seguindo os padrões internacionais. O
convênio com a FAO permitiu também a aquisição de equipa-
mentos importantes para a realização dos testes.
Entre as atribuições da unidade pode-se apontar a rea-
lização de estudos sobre diversos aspectos de embalagens
aplicáveis aos alimentos; estudo e desenvolvimento de mé-
todos e técnicas de ensaio de embalagens e materiais para
embalagens; novos tipos de embalagens; desempenho das
embalagens na estabilidade de produtos alimentícios; esta-
belecimento de especificações e material para embalar ali-
mentos. Inicialmente o foco dos estudos eram as embalagens
metálicas e plásticas, mas o escopo foi ampliado, posterior-
mente, para material celulósico e vidro.
Novos profissionais foram contratados para atuar no setor,
tanto pesquisadores quanto pessoal de nível técnico. Um fato
marcante do período foi a contratação, por meio do convênio
com a FAO, do consultor britânico John Salisbury, especialis-
ta em materiais flexíveis para embalagens, e que pertencia ao
corpo técnico da Metal Box Company.
Um levantamento na indústria de materiais de embala-
gem, transformadores e usuários foi realizado pela equipe do
ITAL para avaliar quais eram os pontos frágeis nesse setor e
como a Semb poderia se inserir para trazer soluções para esse
mercado.
A partir do diagnóstico, foram criados cursos ministrados
pelo consultor Chaim Manhein, de Israel, na avaliação de
resistência de latas de folhas-de-flandres à corrosão, por
exemplo, que elevou a confiança das indústrias de alimen-
tos, fabricantes de latas e da própria CSN.
Em 1973 foi contratado o engenheiro de alimentos Luís
Fernando Ceribelli Madi que, após finalizar a pós-graduação
no exterior em 1975, foi designado chefe da Semb, substi-
tuindo Décio Dias Alvim.
