ITAL 50 Anos - page 232

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que os avanços científicos e tecnológicos sejam acelerados e
aplicados tanto no setor agrícola quanto no setor de processa-
mento de alimentos” (FLOROS et al., 2010).
Para atender, portanto, às demandas alimentares futuras da
população global e às especificidades dos mercados nacionais
e segmentos de consumo, no caso brasileiro, tem se intensifi-
cado, nos últimos anos, o debate sobre a necessidade de po-
líticas de incentivo à inovação tecnológica para a produção de
alimentos e bebidas processadas, com maior valor agregado,
que sejam ecologicamente responsáveis e, ao mesmo tempo,
que permitam atender às novas exigências de consumo e au-
mentar a competitividade do setor, já que a concorrência global
deverá aumentar, especialmente nos países emergentes como o
Brasil que, futuramente, deverá contar com maior presença de
produtos importados (MADI; REGO, 2012).
Uma política governamental voltada para a inovação tec-
nológica apresenta-se, portanto, como fundamental para o
futuro do setor de alimentos, bebidas e embalagens. Esse
diagnóstico já é unânime no cenário internacional. Recursos
substanciais vêm sendo investidos, por diversos países, em
áreas identificadas como estratégicas tais como os alimentos
funcionais, as nano e biotecnologias, e projetos voltados para
as pequenas e médias empresas, com o incentivo aos cha-
mados food valleys e a formação de clusters regionais. Neste
último caso, o foco tem sido a transferência de tecnologia e
a qualificação profissional dessas empresas de menor porte,
através da cooperação com universidades e institutos públicos
de pesquisa.
“A associação do ITAL com a universidade – com a Uni-
camp, por exemplo – é da maior importância. A produção do
conhecimento novo, do ponto de vista básico, daquilo que é
fundamental, é um papel atribuído às universidades, assim
como preparar bons profissionais para se ocupar dessas ativi-
dades em relação aos alimentos. E o Instituto tem uma atua-
ção mais pragmática em produzir e divulgar o conhecimento,
transformando-o em algo diretamente aplicável à vida das
pessoas, de uma forma geral, em benefício da sociedade. As
instituições, então, se somam, na produção do conhecimento
e na maneira de encontrar como esse conhecimento pode se
transformar em coisas úteis, em novas técnicas, em novas
tecnologias, que permitam alcançar esses resultados”, afirma,
José Tadeu Jorge, reitor da Universidade Estadual de Campi-
nas (Unicamp).
Dentre os eixos de atuação que as duas instituições podem
exercer em parceria, o reitor da Unicamp destaca a integração
da infraestrutura e corpo técnico da Unicamp e do ITAL para
o desenvolvimento das pesquisas e também para a formulação
de políticas públicas na área.
“Outro eixo importante é que o conhecimento produzido –
que possibilita saber como funciona, como se comporta, qual
é o potencial – permite que ambas as instituições possam
contribuir com a formulação de políticas públicas na área de
alimentos. Ou seja, a parceria Unicamp/ITAL possibilita a de-
finição do papel do Estado, dos órgãos públicos em geral, no
sentido de criar as condições para que o futuro tenha caráter
promissor focado no desenvolvimento socioeconômico. En-
sino, pesquisas conjuntas e políticas públicas – são esses os
eixos que apontam para o futuro”.
O que o cenário internacional indica é que o conjunto de
novas demandas de consumo exigirão da ciência, tecnologia
e engenharia de alimentos, inovações em várias direções. Re-
querendo não só alta tecnologia, mas também tecnologias
mais básicas para potencializar as micro e pequenas empre-
sas, que desempenharão papel cada vez mais relevante para
a segurança alimentar e para o desejo de uma alimentação
mais saudável.
Exigirão, ainda, mudanças organizacionais e jurídicas
que facilitem e favoreçam o desenvolvimento integrado des-
sas ações, contemplando as diferentes áreas que compõem
o setor de alimentos, bebidas e embalagens, bem como
seus diferentes atores: indústria alimentícia, universidades
e institutos públicos de pesquisa, organizações da socieda-
de civil, Estado etc.
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