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A partir desse conjunto de transformações recentes da so-
ciedade brasileira, novas tendências de consumo da popula-
ção estão sendo, portanto, identificadas e apresentam certa
confluência com as tendências internacionais. Sensorialidade
e prazer; saudabilidade e bem-estar; conveniência e pratici-
dade; qualidade e confiabilidade; sustentabilidade e ética são
as macrotendências mapeadas pelo estudo Brasil Food Trends
2020 sobre o setor de alimentos, bebidas e embalagens, a
partir de análises comparativas entre o mercado brasileiro e
o mercado de consumo de bens alimentícios da União Euro-
peia e países como Canadá, Estados Unidos, Alemanha, Reino
Unido, China e Índia, dentre outros (BRASIL FOOD TRENDS
2020, 2010).
Produtos com certificação e selos de qualidade e seguran-
ça, apresentados em embalagens com design diferenciado,
como os produtos gourmet, premium e super-premium; pro-
dutos com texturas, sabores e origens diversas, que permitam
variar o cardápio do dia a dia; alimentos mais saudáveis e
nutritivos como frutas, verduras, grão integrais; produtos or-
gânicos, com rastreabilidade e garantia de origem, isentos de
aditivos ou agrotóxicos ou que contêm ingredientes naturais;
produtos diet/light, voltados para dietas restritivas e que aten-
dam à preocupação com o problema da obesidade e outras
doenças relacionadas à ingestão de sódio, açúcar e gorduras;
alimentos com alto valor nutritivo (como os chamados alimen-
tos funcionais), relacionados à prevenção de doenças e aos
tratamentos clínicos; alimentos de fácil preparo, prontos ou
semiprontos, oferecidos em pequenas porções, embalados
para consumo individual ou adequados para serem consumi-
dos em trânsito.
Para poder ofertar esse imenso conjunto de novos produtos
que visam atender às novas tendências de consumo do merca-
do brasileiro e internacional, a indústria alimentícia precisará,
cada vez mais, assimilar conhecimentos científicos e investir
em tecnologias de processamento e acondicionamento para
que possam ser alcançados ganhos de eficiência e qualidade.
Marcada por essas novas oportunidades e possibilidades
de crescimento, a indústria de bens alimentícios deverá ainda
adotar ações que possam influenciar as políticas que tratam
dos recursos naturais, fazendo com que a preservação do meio
ambiente torne-se, cada vez mais, além de uma preocupação
de extrema relevância, uma atitude incorporada pelo mercado
de consumo. Também, neste caso, o investimento em ciência,
tecnologia e inovação transforma-se em fator imprescindível
para o setor, que precisará apresentar processos produtivos
mais eficientes e novos materiais.
Diante desse cenário, qual seria a importância do ITAL
para o setor de alimentos, bebidas e embalagens?
O deputado federal Duarte Nogueira (2013) ressalta o pa-
pel e a importância do ITAL no auxílio ao setor de alimentos,
bebidas e embalagens do país. “O maior desafio que o setor
enfrenta hoje é atender o novo perfil de consumo dos brasilei-
ros. Ao mesmo tempo em que o poder aquisitivo da população
aumentou, a agitação do dia a dia fez crescer a demanda por
uma maior variedade de alimentos, com produtos individuais
e de melhor qualidade, sempre com preços acessíveis, o que
segmenta cada vez mais o mercado. Essas tendências criam
novos desafios para o setor de alimentos, bebidas e embala-
gens que precisa investir em pesquisa e inovação para atender
a essa nova demanda, oferecendo uma vasta linha de produ-
tos diferenciados e que atendam às necessidades recentes
da população. A participação do ITAL nessa nova tendência
mundial deve ser destacada. O Instituto vem desenvolvendo,
com sucesso, tecnologias que têm aumentado a competitivi-
dade do setor, ao mesmo tempo em que vem disseminando o
conhecimento”, diz Nogueira.
O deputado, que é engenheiro agrônomo, também destaca
a importância dos institutos de pesquisas captarem recursos
de diferentes fontes. “A possibilidade de captação de recur-
sos, do setor público e privado, possibilita maior investimento
em pesquisas. Com isso, o setor alimentício brasileiro tem a
possibilidade de intensificar a criação de novos produtos para
atender às necessidades da população e também das empre-
sas do setor, além de possibilitar que os institutos tenham
maior autonomia na gestão desses recursos e possam indicar
as melhores linhas de pesquisas”, diz.
Novas tendências de consumo exigem
inovação tecnológica