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Ciência, Tecnologia e Inovação a Serviço da Sociedade e da Indústra Brasileira de Alimentos
Países como Estados Unidos, França, Alemanha e Itália
fizeram da tecnologia de alimentos um campo de investi-
gação tão importante quanto o da pesquisa agronômica.
Foi nesses países que se iniciaram os processos de prepa-
ração de alimentos processados. Com a Segunda Guerra
Mundial, por exemplo, novos produtos foram desenvolvidos
como a sopa instantânea, pela Alemanha, e o café solú-
vel, pelos Estados Unidos. Seguindo os mesmos passos,
os estudos na área de tecnologia de alimentos foram se
desenvolvendo no IAC ao longo dos anos, com as atividades
respaldadas por decretos e leis estaduais que direcionavam
as pesquisas para a resolução de questões práticas relacio-
nadas à melhor conservação, aproveitamento e transpor-
te dos produtos agrícolas que estavam sendo amplamente
produzidos no estado de São Paulo, a partir dos avanços da
experimentação agronômica.
de café, algodão, feijão, cereais, frutas e outras plantas de
importante valor econômico e social foram alvo de inúmeras
pesquisas nas áreas de melhoramento genético, uso racional
do solo, aperfeiçoamento das práticas culturais e eficiência
na colheita.
Um dos objetivos de se incentivar a pesquisa e desenvol-
vimento na área agrícola sempre foi garantir abastecimento
e qualidade de alimentos para a população. O crescimento
das cidades e o consequente aumento da população urba-
na, distante do campo, ampliou a necessidade de, não só
produzir mais alimentos, mas também garantir que esses
alimentos chegassem aos centros urbanos em quantidade
suficiente e atendendo aos requisitos de qualidade, o que
exigiu o desenvolvimento de técnicas de armazenamento,
processamento, acondicionamento e transporte eficientes. O
desafio principal era ampliar a vida útil dos produtos altamen-
te perecíveis como frutas, hor-
taliças, raízes e tubérculos. O
clima tropical do país, com ele-
vadas temperaturas e umidade
do ar, tornava a questão ainda
mais complexa, sendo incenti-
vados também os estudos sobre
o emprego do frio industrial.
Em 1892, a Estação Agro-
nômica de Campinas tornou-se
o Instituto Agronômico (IA)
1
,
órgão em que a preocupação
com a tecnologia já desponta-
va, com a proposta da realiza-
ção de pesquisas de fisiologia
vegetal, tendo em vista o aper-
feiçoamento da indústria agrí-
cola para o desenvolvimento
de sua produção. Além disso,
o regulamento de operação do
Instituto previa também o au-
xílio ao desenvolvimento das
indústrias de açúcar, vinho e
aguardente.
1
Posteriormente foi agregado informalmente o nome da cidade que sedia o
Instituto, Campinas, ficando a sigla IAC, como é conhecida atualmente.
Sede do Instituto Agronômico que, em 1960,
passou a ser chamado de prédio D. Pedro II.
Restaurada em 2012