Recentemente publicamos um livro cujo título escolhido foi: “Urucum - Uma semente com a história do Brasil”. Nele abordamos aspectos históricos, agronômicos, químicos, tecnológicos e uma avaliação das tendências das pesquisas sobre essa Bixaceae. Não foi difícil observar que muitos desses estudos convergiam no sentido extrair e avaliar a capacidade fitoterápica de algumas substâncias presentes nas sementes do urucum. O conhecimento sobre esses fitoterápicos muito se deve ao uso tradicional dessa planta no tratamento de diversas enfermidades. As atividades etnofarmacológica do urucum têm sido constantemente descritas em periódicos científicos e a busca pela comprovação ou não desses atributos prolifera-se nesse tipo de literatura.
Com vista a agregar valores à industrialização das sementes de urucum, nossos trabalhos nos últimos anos se concentraram em avaliar e separar desses grãos, substâncias ou misturas de substâncias que apresentam as atividades etnofarmacológicas e fitoterápicas atribuídas a essa planta. Como resultado desses trabalhos foram publicados artigos científicos e registradas patentes sobre o tema. Com esses novos conhecimentos e observando a pequena abordagem dada sobre isso no livro anterior, resolvemos explorar mais esse assunto e juntos, pai e filho, escrevemos esse livro.
Resolvemos dividir o livro em cinco capítulos onde, inicialmente, apresentamos uma rápida abordagem sobre a planta de forma a identificar as principais espécies, sua taxonomia e morfologia e caracterizar um de seus principais produtos, as sementes. Em seguida, buscamos resumir em um capítulo, estudos que descrevem a composição química das diferentes partes da planta que têm sido tradicionalmente utilizadas na medicina doméstica. Esse uso etnofarmacológico está abordado no capítulo seguinte com resumos de uma série de artigos científicos que buscaram confirmar ou rejeitar as atividades farmacológicas atribuídas ao urucum. Utilizamos, a seguir, um capítulo inteiro para abordar dois dos principais fitoterápicos obtidos das sementes de urucum, o geranilgeraniol e os tocotrienóis e, no final desse mesmo capítulo, abordamos uma das propriedades mais tradicionais das sementes de urucum, sua atividade repelente. Por fim, concluímos apresentando as principais tecnologias utilizadas para a produção dos corantes e para a separação de fitoterápicos e da fração repelente presentes nos grãos do urucum.
Tudo isso ricamente ilustrado por diagramas e fotos que não só servem para demonstrar o que está sendo apresentado como para acomodar as traduções em espanhol e inglês em sintonia com a versão em português. Esperamos que esse livro traga um novo ponto de vista sobre essa planta nativa do Brasil.
Paulo Roberto Nogueira Carvalho
André Limonta Carvalho
